Mudança comportamental + Tecnologia = Nova civilização
Este artigo foi publicado no dia 15/09/2020 na minha coluna no Portal Batalha das STARTUPS
A combinação entre a mudança comportamental das novas gerações e a tecnologia é muito poderosa. Não vivemos em uma era de mudança e sim uma mudança de era.
Onde vamos parar?
Tenho ouvido a muitos executivos perguntando isso.
É difícil tomar decisões se não sabemos para onde vamos.
Senhor executivo, o mundo gira independente da flutuação do cambio do dólar, da não reforma tributária tão sonhada ou de qualquer outra coisa que você considere importante.
Sim, o mundo gira impulsado por premissas diferentes às suas, a uma velocidade muito maior a que você estava acostumado e vai em múltiplas direções. E agora?
É preciso entender isso se quiser que seu negócio continue existindo.
Passamos de um mundo onde a mudança comportamental acontecia de geração em geração e costumava ser tênue.
A cada 3 ou 4 gerações havia uma ruptura radical com a anterior, mas era um fenômeno estranho, a ponto de serem chamadas revoluções.
De repente a tecnologia assumiu o protagonismo e nas últimas quatro décadas e passou a ser considerada o agente transformador da sociedade.
Na verdade, há um pequeno erro de conceito nesta visão, o agente transformador é e sempre foi o ser humano.
Este ciclo foi sistematizado pela Tecno-Humanização para mostrar que tudo começa e termina no ser humano e a tecnologia é um meio.
Embora seja apenas um meio, tem um peso enorme neste processo de transformação que estamos vivendo.
A tecnologia tem acelerado os processos de mudanças e que antes eram leves entre gerações e grandes a cada 3 ou 4 gerações, passaram a ser muito grande entre cada geração.
Assim como na vida algumas pessoas suam frio, secam a boca, sentem tontura e náusea quando se movimentam a uma velocidade muito grande, algumas empresas estão sofrendo do mesmo mal.
Não são capazes de entender e acompanhar a velocidade das mudanças.
E isso, pode ser o início do fim para elas.
Se este cenário já não fosse o suficientemente complexo, surge outra variável.
A tecnologia deu tamanho poder às pessoas que está surgindo algo novo para a humanidade, estamos vendo mudanças comportamentais dentro da mesma geração, portanto o ciclo de encurta ainda mais.
Temos a aceleração da tecnologia nas mudanças e a aceleração das mudanças comportamentais intrageracionais.
A velocidade de mudanças na sociedade é muito maior a que a maioria das empresas e pessoas podem assimilar. Na verdade, elas não podem assimilar de maneira orgânica e natural.
É necessário, obrigatoriamente, um trabalho de preparação executiva e organizacional, porque do contrário haverá uma diferença de décadas, ou de século, entre o que pensamos e o que realmente acontece na realidade.
Conheço frigoríficos em dificuldades e foodtech de carne baseado em planta recebendo investimentos de centenas de milhões, como aconteceu recentemente com Futuro Burger.
A plataforma de videoconferência Zoom supera a IBM em valor de mercado.
O Mercado Livre, um marketplace de e-commerce que não fabrica nem vende nada, já representa mais de 20% da receita do Correios e está esperando que seja privatizado para comprar o Correios brasileiro.
E poderia seguir com dezenas de exemplos.
Mas com tantas mudanças e tão rápidas, volto à pergunta do início, onde vamos parar?
Para que você quer saber?
Ninguém sabe e provavelmente não importa.
É importante saber que estamos vivendo um momento histórico, e antes de tentar lutar contra ele, vamos ajudar a construir empresas mais conscientes.
Aproveitar a maior consciência das novas gerações, aplicar tecnologia para humanizar empresas, em definitiva construir uma nova sociedade que seja capaz de criar riqueza sem gerar miséria.