Home office, aumento de produtividade no novo normal

Este artigo foi publicado no dia 26/05/2020 na minha coluna no Portal Batalha das STARTUPS

Revisar os processos de home office está na agenda de todas as empresas

Tem executivo dando pulos de alegria por aí.

A produtividade aumentou nos últimos dois meses.

Mas isso é real e sustentável?

Em minha opinião não.

O aumento de produtividade atual se deve a três fatores:

Primeiro, a maior comodidade em trabalhar em casa, ter flexibilidade e poder compaginar com a vida pessoal. Além do mais, as regras se flexibilizaram um pouco. Se o cachorro da vizinha late ninguém torce o bico, se o filho entra na sala ninguém leva as mãos à cabeça, porque todos estamos no mesmo barco. Óbvio, que devemos manter uma certa ordem e respeito. Não vale tudo, mas, sem dúvida, hoje temos códigos de condutas mais flexíveis.

O segundo ponto que contribuiu para o aumento da produtividade é a falta de disciplina e regras. Pessoas começam a trabalhar, almoçam em 15 minutos, continuam trabalhando e não tem hora para terminar o expediente.

O terceiro é o medo do desemprego. Com uma economia turbulenta e instável, a falta de horizonte do fim da pandemia e a incerteza de como tudo isso vai impactar as nossas vidas, levaram os colaboradores a se dedicarem mais para, em caso de reestruturação na empresa, não sejam eles os escolhidos na lista dos dispensados.

Os pontos dois e três não são sustentáveis ao longo do tempo, e em breve perderão força. Não é saudável trabalhar 14 horas, sem tempo de descanso, e não é sustentável trabalhar por medo. Manter este ritmo provocaria efeitos muito negativos.

O primeiro motivo vai prevalecer, e sem dúvida, vai fazer as empresas a repensarem seus processos de home office.

No período pós pandemia haverá um aumento na adoção de home office e diminuição de infraestrutura física nos escritórios.

Porém, o processo de home office deverá ser estruturado. As pessoas deverão receber treinamentos específicos; criar ambientes adequados; as empresas deverão colaborar com esta infra: cadeira, webcam, microfone, iluminação, até a acústica, se necessário.

É buscar o equilíbrio para manter a saúde do colaborador e do negócio. Não acredito em postos de trabalhos 100% presenciais, nem tão pouco 100% online. O ser humano precisa de contato, precisa do olho no olho com seu line manager, precisa sentir o ambiente e a cultura da empresa, e pode e deve ter a flexibilidade de trabalhar de sua casa enquanto cuida de seus filhos ou de seus pais.

Agora, um ponto chave em toda esta transição, além da infra mencionada acima, é a segurança e o que significa essa transformação digital acelerada para as organizações.

Para falar sobre isso, conversamos com uma das melhores corporações globais especialistas em segurança e nativa da nuvem. Segundo a Netskope, para a empresa, a segurança dos dados envolve princípios básicos, como proteção do dispositivo conectado para uso corporativo e boas práticas de compartilhamento. E neste momento de mudanças e incertezas, no qual as empresas precisam tomar decisões rapidamente, que os agentes mal intencionados (hackers) se aproveitam.

Por este motivo, é preciso antecipar algumas situações, como avaliar o grau de exposição dos dados e as lacunas na segurança que envolvem as equipes remotas. É preciso analisar, por exemplo, se os colaboradores estão enviando dados sensíveis para serviços em nuvem não corporativa. Ou se as crianças estão acessando sites com alto risco em dispositivos corporativos. São possíveis brechas que precisam ser antecipadas pelo departamento de TI.

Outro cenário de risco nas infraestruturas de tecnologia é o aumento acelerado no uso de rede privada virtual (VPN) para acessar redes corporativas. Antes, quando o acesso remoto era mais pontual, ninguém imaginaria tantos usuários utilizando os recursos ao mesmo tempo. Em TI, existe um conceito conhecido como Zero Trust, ou Confiança Zero. Em outras palavras, significa que a permissão aos sistemas deve ser de acordo com a necessidade do usuário.

Existe um certo consenso entre os líderes de segurança de TI que o acesso às VPNs dever ser revisto com base na política de Zero Trust. A ideia é monitorar o tráfego de dados e detectar qualquer tipo de falha e comportamento fora do padrão.  Ou seja, é vital que as empresas se adaptem a esse novo normal. E, desta forma, é possível aumentar exponencialmente o nível de segurança para proteger os dados independentemente da origem do acesso, seja do escritório ou dentro de casa.

Eu compartilho a visão da Netskope sobre a segurança na nuvem, que deve ser a base para que as empresas construam seu modelo de Home Office.

Imagens: Freepik

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